Chamas absolutas

Era noite de lua cheia, a escuridão tomava conta do lugar. Os ventos balançavam as árvores pra cá e acolá. Mas tinha algo que conseguia me acalmar em meio aquela cena que mais parecia um cenário de filme de terror. A fogueira. Mas eu não acendi fogo algum. Não que eu lembre. Alguém a acendeu. Mas quem? Eu estava sozinha no casarão. Então eu cheguei a conclusão de que uma pessoa - que não se sabe quem- em alguma hora - que não se sabe quando- pegou algumas lenhas que certamente estavam jogadas pela floresta, e ali bem à frente ao casarão acendeu aquelas chamas amareladas e avermelhadas que se encontrava com a lua conforme as faíscas iriam emergindo para fora da brasa, mas isso era óbvio demais, que era alguém eu sabia, mas a questão é. Quem?

Peguei meu edredom e moletom e uma xícara que estava sobre a mesa, com um pouco de chá de erva cidreira. Fechei a porta e sentei ali mesmo, bem em frente a ela. A fogueira. Tão encantadora que por um momento eu me esqueci completamente do mistério de quem havia acendido tal. Tornei a pensar quem poderia ser. Ele, é claro que foi ele. Ele seria a única pessoa da face da terra que pudesse imaginar que eu estaria naquele lugar. Ninguém mais sabia que eu tinha aquele rancho, e mesmo que soubessem, eu fui embora, não deixei nada, nenhuma pista, deixei apenas... todos para trás e vim tentar achar um pouco de paz no lugar. Mas nem ali ele me deixara em paz. Teve que vir atrás de mim me atormentar. Varri todas as idéias do meu pensamento e tornei a prestar atenção nas chamas, pois elas sim a merecia.

 Acordei no sofá da sala. Eu não estava no casarão mais. Onde eu estava?

Acordada.
Ele estava ao meu lado.

Foi um sonho. 

 

Au Revoir, Sarah ♥